quinta-feira, 5 de julho de 2012

Fui vencedora da 4ª edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo na categoria Radiojornalismo

Prêmio Sebrae de Jornalismo História das catadoras de mangaba vence na categoria Radiojornalismo Rádio Liberdade, de Aracaju, conquista troféu com matéria de Juliana Almeida. Dilma Tavares - ASN Brasília - “Olha a mangaba!” A oferta corta o ar e abre o relato da história das catadoras do fruto que descobriram no associativismo um meio para ampliar a renda e lutar pela preservação da cultura. Esses ingredientes, temperados com o canto característico das mulheres que vendem a fruta em Sergipe, deram sabor especial à reportagem sobre a história das catadoras, contada por Juliana Almeida, da Rádio Liberdade 930 AM, de Aracaju. Com essa reportagem ela venceu a
. Nativa da região litorânea do Nordeste e do cerrado brasileiro, a mangaba é um fruto verde e leitoso, nutritivo, rico em ferro e vitamina C. O nome da fruta, de origem indígena, significa “coisa boa de comer”. É encontrada do Norte até o Sudeste do país e sustentou gerações de famílias, principalmente em Sergipe. A mangaba é, por decreto, símbolo do estado. Segundo a radialista, a cata da mangaba é feita tradicionalmente por mulheres para ajudar no sustento da família. Elas vendiam o fruto in natura, de forma individual, e uniram forças para ampliar a renda ao fundar a Associação das Catadoras de Mangaba e Indiaroba (Ascamai). “Na associação elas produzem biscoitos, doces, musses, licores, trufas, balas e outros produtos artesanais utilizando como principal matéria-prima a mangaba”, relata Juliana. Na reportagem, o depoimento da presidente da Ascamai, Alicia Santana, exemplifica a importância da iniciativa. “Antes, o quilo da polpa da mangaba era vendido no máximo por R$ 5,00. Hoje, com um quilo do fruto, são produzidos 200 bombons que rendem R$ 200,00”. Para Juliana, as catadoras também fizeram do movimento um front de luta pela preservação das mangabeiras que estão sendo reduzidas na região por causa da “expansão imobiliária, da monocultura e do veneno derramado pelos tanques de criação de camarões”. Elas lutam pela criação de uma reserva extrativista que possibilite a preservação da mangabeira e da tradicional cata do fruto. A matéria relata as vitórias alcançadas pela Ascamai, como o projeto Catadoras de Mangaba, gerando renda e tecendo vidas em Sergipe, patrocinado pela Petrobras e desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Sergipe e Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional. O projeto, que visa fortalecer a sustentabilidade das comunidades extrativistas, “atende diretamente a 600 catadoras de mangaba e, indiretamente, a mais de 1,3 mil famílias que trabalham em terras devolutas ou de terceiros”, conforme o relato. Hoje, segundo a radialista, as catadoras de mangaba lutam para ampliar a comercialização de seus produtos e já têm até site na internet (www.catadorasdemangaba.com.br) onde podem ser feitas encomendas. Por meio do projeto financiado pela Petrobras participaram de um vídeo-documentário sobre a vida delas e gravaram um CD com as cantigas que suas avós e mães cantavam enquanto catavam o fruto da mangabeira. A reportagem ilustra esse trecho com a história de Josefina dos Santos, que conta a emoção de entrar num estúdio de gravação, do nervosismo que experimentou na primeira vez que sentou numa sala de cinema, quando foi assistir ao vídeo-documentário, e do orgulho que sentiu ao ver o trabalho aplaudido. “Eu não tenho vergonha de ser o que sou, catadora de mangaba, porque minha mãe criou a gente catando mangaba e, hoje, a maioria das coisas que eu dou para minhas filhas vem do dinheiro da mangaba”, resume. A reportagem termina com trechos do canto das catadoras: “Vamos catar mangaba, vamos encapotar, o galho da mangabeira onde eu vou me balançar...”