sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Documentário radiofônico: AMOR E RENÚNCIA: A PRESENÇA DA MULHER NO CANGAÇO


Este documentário foi o meu projeto de conclusão de curso em Jornalismo na Universidade Tiradentes. Explico logo abaixo como ele foi produzido: 
Inicialmente foi realizado um levantamento de dados sobre a participação da mulher no cangaço, através de sites especializados, monografias e livros consultados na biblioteca da Universidade Federal de Sergipe e na biblioteca da Universidade Tiradentes. Após essa análise inicial do material disponível, foi possível reunir informações para aprofundar a discussão com pesquisadores sobre e cangaço e jornalistas, durante a realização da I Semana do Cangaço, realizada de 4 a 6 de junho de 2008, no Centro de Criatividade, em Aracaju.
Durante a Semana do Cangaço, foi possível fazer as entrevistas que compõe esse trabalho e ampliar as referências para a consulta de mais dados e depoimentos sobre a participação da mulher no cangaço, como a aquisição de documentários de vídeo e bibliografia específica sobre o tema proposto.
Com acesso a todo o material, a fase seguinte foi decupar as entrevistas gravadas e reunir as informações presentes neste memorial descritivo nos capítulos que tratam do fenômeno do cangaço no nordeste e a mulher no cangaço. É importante ressaltar que a qualidade de algumas entrevistas não está tão boa, mas elas foram imprescindíveis para a composição do documentário.
O documentário radiofônico foi elaborado a partir do roteiro estruturado para mostrar a influência e participação da mulher no cangaço sob diversos aspectos, sempre primando pela objetividade jornalística e coesão entre os fatos. O documentário traz elementos da literatura de cordel, trilha sonora específica, narração em off e entrevistas. O tempo de duração do documentário ficou em 17 minutos e 58 segundos e será veiculado em emissoras educativas que tenham interesse no resgate da memória de elementos da cultura nordestina
O documentário “Amor e renúncia: a presença da mulher no cangaço” traz as seguintes entrevistas:
·         Ariano Suassuna (Escritor)
·         Maria do Rosário Caetano (Jornalista e escritora)
·         Luiz Antônio Barreto (jornalista, escritor e pesquisador)
·         Jovenildo de Souza (professor da UFPE e pesquisador do cangaço)
·         Vera Ferreira (Jornalista e neta de Lampião)
·         Expedita Ferreira (Filha de Lampião e Maria Bonita)
O documentário ainda traz os seguintes depoimentos extraídos do vídeo-documentário ’Mulheres Cangaceiras’ produzido e exibido pela TV SENAC, 1997:
·         Antônio Amaury Corrêa de Araújo (pesquisador do cangaço e escritor)
·         Ilda Ribeiro de Souza (Sila) – ex-cangaceira e mulher de Zé Sereno
A estrutura do documentário traz versos da literatura de cordel, de autoria de Franka e do jornalista Márcio Santana no formato de Martelo Agalopado, que são utilizados na abertura e encerramento e como ‘cortinas’ na separação dos assuntos abordados.
A trilha sonora contempla músicas típicas do nordeste, como o xaxado, na interpretação de Luiz Gonzaga e do ex-cangaceiro Volta Seca, além do grupo Anima. OUÇA O DOCUMENTÁRIO NO LINK ABAIXO.
  


AMOR E RENÚNCIA: A PRESENÇA DA MULHER NO CANGAÇO

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

2º lugar no I Prêmio Ademi de Jornalismo em Sergipe

A solenidade que ocorreu no Centro de Convenções de Sergipe, em Aracaju, também premiou os profissionais e empresas do ramo da construção civil que se destacaram em 2011 com o Prêmio Ademi (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário de Sergipe)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

90 anos do rádio no Brasil criando imagens através do som

Sete de setembro de 1922. A cidade do Rio de Janeiro está em festa pela comemoração do I Centenário da Independência do Brasil. Como parte das festividades, há uma feira internacional, onde empresários americanos traziam a novidade da radiodifusão que, nessa época, era a grande evolução da comunicação de massa nos Estados Unidos. Para demonstrar na prática a novidade aos brasileiros, a Westinghouse Electric, junto com a Companhia Telefônica Brasileira, instala uma estação de 500 W no alto do Corcovado, para irradiar as comemorações do Centenário da Independência para os cerca de 80 aparelhos de rádio importados colocados estrategicamente em vários pontos da cidade. Da Exposição do Centenário da Independência, na Esplanada do Castelo, o presidente Epitácio Pessoa discursou e, logo após, os acordes da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, ecoaram pela cidade em festa direto do Teatro Municipal. O cientista, professor e que posteriormente se tornaria o ‘pai’ do rádio no Brasil ao implantar em primeira emissora, 1923, Edgar Roquette-Pinto logo profetiza: "Eis uma máquina importante para educar nosso povo". A população ficou espantada. Como um pequeno aparelho, sem fios, poderia reproduzir a voz humana? Mas a qualidade ruim do áudio gerado pelos auto falantes misturado com o barulho da rua não fizeram as pessoas se interessar pelo conteúdo que era transmitido. Mas foi o ponta pé inicial para uma revolução da comunicação de massa no Brasil. Quanto a primeira emissora no país, oficialmente temos a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada por Roquette-Pinto em 1923, mas os pernambucanos reivindicam esse pioneirismo, com a Radio Clube de Pernambuco, que teria iniciado suas transmissões em 6 de abril de 1919. Segundo o radialista e pesquisador Luiz Carlos Saroldi, as experiências de transmissão dos jovens pernambucanos se tratavam de recepção radiotelefônica e não radiofônica, ou seja, o objetivo era difundir a telegrafia. A Rádio Clube de Pernambuco só veio a funcionar como emissora de radiodifusão em outubro de 1923, seis meses depois da inauguração da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. O rádio revolucionou a comunicação do Brasil. Com seus programas de entretenimento, jornalísticos, esportivos e não demorou muito para se tornar um meio de persuasão por parte de muitos governantes. Acima de tudo o rádio é companheiro, íntimo.... coisa que a televisão nunca conseguiu substituir. E como bem disse o cronista paraibano Mica Guimarães: “O rádio é ágil, tem ginga. Faz do conduto auditivo passarela, espécie de avenida do samba, e sai, por aí, fazendo evoluções, sapateando por sobre tímpanos, bigornas e martelos. O povo rasga a erudição e passeia de mãos dadas com as ondas do rádio. O rádio é cheio de onda, por isso se deita tranquilo nas praias da comunicação, margeando com simplicidade um mar de informações. É o verdadeiro banho”. Vida longa ao rádio brasileiro! Juliana Almeida - Jornalista

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Fui vencedora da 4ª edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo na categoria Radiojornalismo

Prêmio Sebrae de Jornalismo História das catadoras de mangaba vence na categoria Radiojornalismo Rádio Liberdade, de Aracaju, conquista troféu com matéria de Juliana Almeida. Dilma Tavares - ASN Brasília - “Olha a mangaba!” A oferta corta o ar e abre o relato da história das catadoras do fruto que descobriram no associativismo um meio para ampliar a renda e lutar pela preservação da cultura. Esses ingredientes, temperados com o canto característico das mulheres que vendem a fruta em Sergipe, deram sabor especial à reportagem sobre a história das catadoras, contada por Juliana Almeida, da Rádio Liberdade 930 AM, de Aracaju. Com essa reportagem ela venceu a
. Nativa da região litorânea do Nordeste e do cerrado brasileiro, a mangaba é um fruto verde e leitoso, nutritivo, rico em ferro e vitamina C. O nome da fruta, de origem indígena, significa “coisa boa de comer”. É encontrada do Norte até o Sudeste do país e sustentou gerações de famílias, principalmente em Sergipe. A mangaba é, por decreto, símbolo do estado. Segundo a radialista, a cata da mangaba é feita tradicionalmente por mulheres para ajudar no sustento da família. Elas vendiam o fruto in natura, de forma individual, e uniram forças para ampliar a renda ao fundar a Associação das Catadoras de Mangaba e Indiaroba (Ascamai). “Na associação elas produzem biscoitos, doces, musses, licores, trufas, balas e outros produtos artesanais utilizando como principal matéria-prima a mangaba”, relata Juliana. Na reportagem, o depoimento da presidente da Ascamai, Alicia Santana, exemplifica a importância da iniciativa. “Antes, o quilo da polpa da mangaba era vendido no máximo por R$ 5,00. Hoje, com um quilo do fruto, são produzidos 200 bombons que rendem R$ 200,00”. Para Juliana, as catadoras também fizeram do movimento um front de luta pela preservação das mangabeiras que estão sendo reduzidas na região por causa da “expansão imobiliária, da monocultura e do veneno derramado pelos tanques de criação de camarões”. Elas lutam pela criação de uma reserva extrativista que possibilite a preservação da mangabeira e da tradicional cata do fruto. A matéria relata as vitórias alcançadas pela Ascamai, como o projeto Catadoras de Mangaba, gerando renda e tecendo vidas em Sergipe, patrocinado pela Petrobras e desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Sergipe e Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional. O projeto, que visa fortalecer a sustentabilidade das comunidades extrativistas, “atende diretamente a 600 catadoras de mangaba e, indiretamente, a mais de 1,3 mil famílias que trabalham em terras devolutas ou de terceiros”, conforme o relato. Hoje, segundo a radialista, as catadoras de mangaba lutam para ampliar a comercialização de seus produtos e já têm até site na internet (www.catadorasdemangaba.com.br) onde podem ser feitas encomendas. Por meio do projeto financiado pela Petrobras participaram de um vídeo-documentário sobre a vida delas e gravaram um CD com as cantigas que suas avós e mães cantavam enquanto catavam o fruto da mangabeira. A reportagem ilustra esse trecho com a história de Josefina dos Santos, que conta a emoção de entrar num estúdio de gravação, do nervosismo que experimentou na primeira vez que sentou numa sala de cinema, quando foi assistir ao vídeo-documentário, e do orgulho que sentiu ao ver o trabalho aplaudido. “Eu não tenho vergonha de ser o que sou, catadora de mangaba, porque minha mãe criou a gente catando mangaba e, hoje, a maioria das coisas que eu dou para minhas filhas vem do dinheiro da mangaba”, resume. A reportagem termina com trechos do canto das catadoras: “Vamos catar mangaba, vamos encapotar, o galho da mangabeira onde eu vou me balançar...”

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A Voz do Brasil: 77 anos de uma tradição inventada (Juliana Almeida*)

No universo das minhas leituras para o mestrado em sociologia, me deparo com um livro organizado por Eric Hobsbawm e Terence Ranger com o instigante título “A invenção das tradições”. O livro traz uma coletânea de textos de historiadores sobre diversas tradições que foram ‘inventadas’ no sentido de perpetuar alguns comportamentos através da repetição. Dá pra imaginar que o famoso saiote escocês, chamado de kilt e associado aos guerreiros antigos da cultura celta, na verdade surgiu de um passado forjado? Pois é, esse é um dos discursos que os pesquisadores acabaram desmistificando. Um longo assunto que trataremos em outra oportunidade. Mas, cruzando os trópicos, cá estamos nós em terras tupiniquins e eis que temos nossas tradições também inventadas para perpetuar – através da formalização institucional – determinadas práticas. Mas, se por tradição entendemos costumes, o que é então esta tradição inventada? Na introdução do livro, Hobsbawm se preocupa em contextualizar essas definições. A tradição como sinônimo de costume é criada de forma espontânea e acaba mudando com o passar do tempo, assim como às relações sociais, já as tradições ‘inventadas’ são nas palavras de Hobsbawm: “um conjunto de praticas, normalmente reguladas por regras tácita ou abertamente aceitas; tais práticas, de natureza ritual ou simbólica, visam inculcar certos valores e normas de comportamento através da repetição, o que implica, automaticamente; uma continuidade em relação ao passado.” Ao ler tal definição me veio à mente a nossa famosa e quase muda Voz do Brasil. O mais antigo programa radiofônico brasileiro faz 77 anos no próximo dia 22 de julho. Amado por alguns, odiado por outros tantos, o programa vem tentado sobreviver a uma enxurrada de ações para continuar no ar. A Advocacia Geral da União tem tido muito trabalho para reverter às ações de Norte a Sul do país pela flexibilidade no horário da transmissão. No dia 27 de janeiro, por exemplo, a AGU conseguiu cassar uma liminar que autorizava uma rádio no Rio de Grande do Sul a transmitir jogos de futebol no horário oficial do programa. Isso, menos de uma hora depois de a liminar ter sido obtida pela emissora. Outras emissoras têm sucesso, como a Rádio Bandeirantes de São Paulo, que transmite o programa de madrugada. A Voz do Brasil surgiu durante o regime de Getúlio Vargas - que não era bobo - e logo percebeu a influência, a abrangência e o interesse que o rádio despertava na sociedade – principalmente na população analfabeta que não tinha como ler os jornais. É bom lembrar que a televisão chegou ao Brasil em 1950 e até lá o rádio era o meio de comunicação que atingia, realmente, a massa. Assim como Hitler, Getúlio percebeu o potencial do rádio na propagação da ideologia do governo e investiu pesado, inclusive encampando várias emissoras nos anos 30. Primeiro teve o nome “Programa nacional”, em 1939, já com o Estado Novo, o programa foi rebatizado como “A hora do Brasil” e tornou-se transmissão obrigatória das emissoras. De lá para cá, mudou novamente de nome, mas manteve o horário e a obrigatoriedade além de invocar o nacionalismo romântico dos acordes da abertura da ópera “O guarani”, de Carlos Gomes. Nos últimos anos, o programa passou por mudanças, como a infeliz que profanou a música de Carlos Gomes no ritmo de axé, samba, choro e até forró, mas procurou tirar o ‘ar’ autoritário que sempre perseguiu as transmissões para um ‘ar’ mais cidadão com a participação de vários órgãos federais, um texto mais leve e reportagens especiais. Não há dúvidas que A Voz do Brasil é uma aula técnica de radiojornalismo, mas o conteúdo precisa ter um caráter menos oficial (mesmo com as tentativas que são feitas) e, diante das mudanças proporcionadas pela evolução dos meios de comunicação, quem sabe ser realmente flexibilizada para que o ouvinte a ouça de forma espontânea, sem a carga dolorosa da obrigatoriedade. *Jornalista e mestranda do NPPCS/UFS

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A LINGUAGEM RADIOFÔNICA E O JORNALISMO

Todos os meios de comunicação de massa possuem características especificas adaptadas às necessidades de eficiência do processo comunicativo. O rádio, por sua vez, se utiliza da oralidade para a transmissão da mensagem e, para tanto, possui especificidades que são fundamentais para a composição da mensagem.
É necessária, entretanto, a descrição de algumas características do rádio como meio informativo para entender como a sua linguagem se estrutura. Como foi mencionado no capítulo anterior, o rádio tem como uma das suas principais características a intimidade e a partir dela é possível perceber que a sua comunicação deve ser direcionada para cada indivíduo. Mcleish (2001) destaca que o rádio é muito pessoal e que tem uma ligação muito direta com o ouvinte, portanto, a simplicidade e flexibilidade são elementos fundamentais da comunicação radiofônica sem perder, é claro, os altos padrões de qualidade na produção.
A instantaneidade na transmissão de informações é outro fator que permite ao rádio ser um meio objetivo cuja efemeridade é uma característica da mensagem,

A natureza transitória do rádio também significa que o ouvinte deve não só ouvir o programa na hora da transmissão, mas também entendê-lo. O impacto e a inteligibilidade da palavra falada devem ocorrer no momento em que é ouvida – raramente há uma segunda chance. O produtor deve, portanto, esforçar-se pelo máximo de lógica e ordem na apresentação de suas idéias e pelo uso de uma linguagem de fácil entendimento (MCLEISH, 2001, p. 18).

Meditsch (1999) analisa a linguagem radiofônica como algo que vai muito além da oralidade e se revela como o aprimoramento da linguagem escrita diante de uma nova tecnologia, que possibilita um processo de significação complexo onde se contempla a palavra, a música, os ruídos e efeitos sonoros.
O discurso do rádio informativo, por exemplo, introduziu uma série de novidades tanto na linguagem do rádio como na linguagem jornalística porque houve a necessidade de adaptação do jornalismo escrito à forma sonora invisível. A palavra falada agregou novos elementos análogos à linguagem, dificultado a utilização de técnicas desenvolvidas a partir do antigo suporte (MEDITSCH, 1999, p. 142).

O som radiofônico não é uma cópia da realidade, mas sim o resultado de uma escritura. A significação informativa nasce da organização, combinação, mescla, filtragem, montagem, etc. que se faça dos componentes sonoros da informação. A informação lida de um teletipo que chega à emissora se associa na percepção, timbre, intensidade e duração da voz do locutor. A rádio envolve a informação em outros elementos de conotação inseparáveis (HERREROS, 1983, p. 78 apud MEDITSCH, 1999, p. 135)


Para Silva (1999, p. 71) a linguagem radiofônica é o resultado do entrelaçamento simultâneo entre signos sonoros, portanto, a palavra escrita, músicas, efeitos sonoros, silêncio e ruídos são incorporados em uma sintaxe singular do próprio rádio, adquirindo nova especificidade. A representação de uma idéia no rádio parte da potencialidade e do caráter expressivo do som. Tais potencialidades são representadas pelo ritmo, intensidade, timbre e o intervalo das pausas que se materializam em uma fala marcadamente musical (SILVA, 1999, p. 71).
A partir desse processo, a ‘imagem sonora’ surge na mente dos ouvintes como resultado do processo perceptivo entre a representação sensorial apreendida pela audição e as impressões pessoais. Nesse contexto, a música é um sustentáculo da palavra na mensagem radiofônica com diferentes funções.
Por exemplo, nos programas de radiojornalismo a música é geralmente utilizada em uma função fática, ou seja, são utilizados trechos de músicas como signo de pontuação. Um ritmo musical repetitivo pode trazer a conotação simbólica de dinamismo, novidade, profissionalismo e credibilidade. Nos radiodramas a música é explorada com maior intensidade assumindo um papel significativo de criação e expressividade. Já no spot publicitário, a música é empregada para estabelecer uma identificação entre o produto e o seu público-alvo. (SILVA, 1999, p. 79 e 80).
Medisch (1999) alerta sobre a diferença entre a linguagem radiofônica e a linguagem fonográfica. Para ele,
Diferente do discurso fonográfico, o discurso do rádio só se efetiva em tempo real. O funcionamento da dimensão temporal na situação comunicativa criada pelo rádio escapa normalmente às definições de sua linguagem, e é apenas parcialmente alcançada na descrição da estrutura de seu discurso. No radiojornalismo, cruzam-se as variáveis temporais inerentes à linguagem auditiva invisual, ao modo eletrônico de enunciação e também ao gênero jornalístico. A delimitação da especificidade do discurso do rádio informativo passa necessariamente pelo desvendamento deste sistema temporal complexo (1999, p. 142)

O rádio sempre transmite no presente individual do ouvinte e do meio social que está inserido, ou seja, num contexto temporal compartilhado entre emissor e receptor (BAUMWORCEL, 2005, p.340).

Bibliografia:

BAUMWORCEL, Ana. Armand Balsebre e a teoria expressiva do rádio. In: MEDITSCH, Eduardo (org.). Teorias do Rádio: textos e contextos. Volume I. Florianópolis: Insular, 2005. p. 336-346.

HAUSSEM, Doris Fagundes. Bachelard e o rádio: o direito de sonhar. In: MEDITSCH, 2005.Eduardo (org.). Teorias do Rádio: textos e contextos. Volume I. Florianópolis: Insular, 2005. p. 135-142.

MEDITSCH, Eduardo. O rádio na era da informação. Coimbra: Minerva, 1999.

SILVA, Júlia Lúcia de Oliveira Albano da. Rádio: oralidade mediatizada. O spot e os elementos da linguagem radiofônica. São Paulo: Annablume, 1999