sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Há 77 anos os alienígenas invadiram o rádio e mudaram o curso da história da comunicação

30 de outubro de 1938. Véspera do Halloween. Tinha tudo para ser um dia normal na rede de rádio CBS (Columbia Broadcasting System). De repente a programação é interrompida para que um repórter, em pânico, anunciasse que extraterrestes estavam invadindo a Terra. "A invasão dos marcianos" durou apenas uma hora, mas marcou definitivamente a história do rádio.
Tudo foi uma dramatização do livro de ficção científica ‘A Guerra dos Mundos’, do escritor inglês Herbert George Wells, o programa trouxe de uma forma muito realística a chegada de centenas de marcianos a bordo de naves extraterrestres à cidade de Grover's Mill, no estado de Nova Jersey. 


Os louros da genial adaptação, produção e direção da peça eram do então jovem e quase desconhecido ator e diretor de cinema norte-americano Orson Welles. O jornal Daily News resumiu na manchete do dia seguinte a reação ao programa: "Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos".

Era o 17º programa da série que, semanalmente, fazia adaptações de peças para o Radioteatro Mercury. Certamente Orson Welles não imaginaria que aquele dia mudaria a forma como o rádio é ouvido e a sua própria vida enquanto artista.

A CBS anunciou que o programa foi ouvido por cerca de seis milhões de pessoas. O pior!! Das quais metade o sintonizou quando a hisptoria havia começado, perdendo a explicação inicial que informava tratar-se do radioteatro semanal. Pelo menos 1,2 milhão de pessoas acreditou ser um fato real. Meio milhão de pessoas teve certeza de que a invasão era real. Pânico total de milhares de pessoas apavoradas tentando fugir do perigo.

O medo paralisou três cidades e houve pânico principalmente em localidades próximas a Nova Jersey, de onde a CBS emitia e onde Welles ambientou sua história. Houve fuga em massa e reações desesperadas de moradores também em Newark e Nova York. 

Isso é rádio. Soundscape que dispensa imagens. É por isso que sua vida será longa....Viva o ‘rádio do pânico’ 77 anos depois.

(Juliana Almeida)

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